sexta-feira, 28 de setembro de 2012

28 de setembro: Dia de luta pela descriminalização do aborto na América Latina


Por: Tulio Vianna*, na Revista Fórum.

Em 28 de setembro, mulheres de toda a América Latina saem às ruas para lutar por um direito que já é garantido há tempos às européias, estadunidenses e canadenses: o direito de interromper uma gravidez indesejada. É o Dia pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe.
O aborto não é crime na maioria esmagadora dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa, se uma mulher desejar interromper uma gravidez por questões socioeconômicas, poderá fazê-lo sem maiores riscos para sua saúde em um hospital, de forma plenamente legal.
No Brasil, o aborto é tratado como crime e tanto a mulher que o praticar, como quem de qualquer forma auxiliá-la, poderão ser presos. Os rigores da legislação brasileira, porém, não impedem que os abortos sejam realizados clandestinamente. A Pesquisa Nacional do Aborto, publicada pela Universidade de Brasília (UNB) este ano, estimou que 1 em cada 5 mulheres brasileiras já realizaram aborto, sendo que metade delas foram internadas devido a complicações causadas pelo procedimento.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que, entre 1995 e 2007, a curetagem pós-aborto foi a cirurgia mais realizada no Sistema Único de Saúde (não foram levadas em conta cirurgias cardíacas, partos e pequenas intervenções que não exigem a internação do paciente). Foram 3,1 milhões de curetagens e estima-se que a maioria delas sejam decorrentes de abortos provocados.
Por que então não garantir às brasileiras o mesmo direito ao aborto já garantido às norte-americanas e europeias e evitar tantos riscos desnecessários à sua saúde?
Direito à vida
O argumento central de quem é contrário à legalização do aborto é que a vida humana surge no momento da concepção e que, a partir de então, este seria um direito a se garantir ao embrião. Claro que esta é uma concepção de cunho exclusivamente religioso.
Cientificamente, não é possível se determinar ao certo quando começa a vida humana. Nas 12 primeiras semanas de gestação (período em que o aborto é permitido, na maioria dos países onde é legalizado), o feto ainda não desenvolveu seu sistema nervoso e para considerá-lo vivo neste estágio, seria preciso rever o próprio conceito jurídico de morte. Isso porque a lei 9.434/97 permite o transplante de órgãos desde que haja morte cerebral, ainda que, eventualmente, o coração continue a bater. E, se é a morte cerebral que indica o fim da vida, é razoável entender que o início da vida humana surge com a “vida cerebral”, o que seria impossível nas primeiras 12 semanas, antes da formação do sistema nervoso do feto.
No entanto, o conceito de vida defendido pelos opositores da legalização do aborto parece ser bem mais amplo do que qualquer um que possa ser estabelecido por critérios científicos. 
Infelizmente, o debate sobre o aborto no Brasil não se faz com base em constatações científicas ou jurídicas. O aborto é discutido no Brasil com base em dogmas religiosos, como os do arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou os médicos e os parentes de uma menina de 9 anos de idade que foi estuprada por seu padrasto e precisou realizar um aborto para se livrar de uma gravidez de gêmeos que lhe causava risco de morte. Detalhe: o padrasto que estuprou a menina não foi excomungado por Sua Excelência Reverendíssima, que considerou este crime menos grave que o aborto.
É preciso entender, porém, que o Brasil é uma república laica e, portanto, não se pode admitir que qualquer religião imponha seus dogmas aos demais, muito menos por meio de criminalizações.
Questão social
A legalização do aborto é uma questão de saúde pública que atinge quase que exclusivamente as mulheres pobres, que não têm condições financeiras de arcar com o alto custo de um aborto em alguma das maternidades de luxo que realizam a cirurgia ilegalmente. Para uma mulher rica que tenha uma gravidez indesejável, a solução – ainda que ilícita – é recorrer a uma boa maternidade onde conversando com a pessoa certa e pagando o preço necessário poderá abortar com toda a infraestrutura e higiene de um bom hospital.
Ainda que não optem pelo procedimento cirúrgico, as mulheres de melhor condição socioeconômica têm um acesso muito mais amplo a informações sobre como realizar o auto-aborto de forma relativamente segura. Há vários sites internacionais dedicados a esclarecer às mulheres dos países onde o aborto ainda é proibido como utilizar medicamentos para este fim. No International Consortium for Medical Abortion , por exemplo, há informações de como usar o remédio Cytotec (Misoprostol) em conjunto com o Mifiprex (Mifepristone), de forma a tornar o procedimento um pouco mais seguro e menos doloroso.
Para a maioria das mulheres brasileiras, porém, este tipo de informação ainda não é acessível e elas acabam adquirindo o Cytotec no mercado paralelo e “aprendendo” como usá-lo com o próprio vendedor que, em geral, não possui qualquer conhecimento médico. Sem informação, utilizam o Cytotec sem qualquer outro medicamento, obrigando a uma dosagem maior, diminuindo as chances de sucesso e tornando todo o procedimento mais arriscado e doloroso. Por se tratar de um comércio ilegal, sem qualquer tipo de controle por parte da Anvisa, há ainda o sério risco de adquirir um produto falsificado.
Outra significativa parcela de mulheres pobres opta por realizar o aborto por procedimentos de curetagem ou sucção em clínicas clandestinas, sem as mínimas condições de higiene e infraestrutura. São procedimentos bastante arriscados para a vida e saúde delas e muitas acabam sendo socorridas nos hospitais do SUS, após abortos mal sucedidos. As complicações não raras vezes levam à morte, sendo o aborto a terceira causa de morte materna no Brasil, segundo pesquisa do IPAS.
Legalização
A criminalização do aborto não evita o aborto, mas tão-somente obriga a mulher a realizá-lo na clandestinidade. As ricas pagando um alto preço pelo sigilo e segurança do procedimento e as pobres relegadas à própria sorte, em um oceano de desinformação e preconceito.
O debate sobre a descriminalização do aborto não é sobre o direito ou não de a gestante abortar, mas sobre o direito ou não de a gestante ter auxílio médico para abortar. A Constituição brasileira garante em seu artigo 226, §7º, que “o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”.
O que se vê, porém, no Brasil é uma completa interferência do Estado no direito da mulher de decidir ter ou não um filho, amparado em uma interpretação religiosa do direito constitucional à vida. O axioma católico de que a vida inicia na concepção é apresentado como fundamento “jurídico” contra a legalização do aborto, no Estado laico brasileiro. É este dogma religioso o grande responsável pelo cerceamento do direito constitucional ao livre planejamento familiar.
A criminalização do aborto no Brasil coloca nossas leis ao lado da tradição legislativa de países do Oriente Médio e da África, ainda marcada por uma intensa influência religiosa, e nos distancia dos Estados laicos da Europa e da América do Norte.
Direitos fundamentais, como é o direito à liberdade de planejamento familiar, não podem ser cerceados com base na fé em dogmas religiosos. O Estado é laico e ainda que a maioria da população brasileira acredite que o aborto é um grave pecado que deve ser punido com a excomunhão, estas concepções religiosas não podem ser impostas por meio de leis que criminalizam condutas, pois a separação entre Estado e religião é uma garantia constitucional.
Os abortos acontecem e acontecerão, com ou sem a criminalização, pois nenhuma lei conseguirá constranger uma mulher a ter um filho contra sua vontade. Não é um fato que agrade à mulher que se submete a ele, ao Estado, ou a quem quer que seja. Mas acontece.
Cabe ao Estado legalizar a prática e evitar os males maiores que são consequências dos abortos realizados sem assistência médica: os danos à saúde ou mesmo a morte da mulher. Talvez esta mudança na lei não faça muita diferença para os homens ou para as mulheres ricas que não sentem na pele as consequências de sua criminalização; mas para as mulheres pobres esta seria a única lei que, de fato, poderia ser chamada de pró-vida.

*Túlio Vianna é professor da Faculdade de Direito da UFMG.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

23 de setembro - Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Meninas e Meninos

Na Conferencia Mundial de Coligação contra o Tráfico de Mulheres que aconteceu em Dhaka, Bangladesh, em janeiro de l999, se elegeu o 23 de setembro como Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Meninas e Meninos, em homenagem a lei nº 9.143 do ano de 1913, promulgada nesta data e conhecida pelo nome de Lei Palacios. Foi a primeira com essas características no mundo. 
A Lei punia de 3 a 6 anos de prisão quem promovesse ou facilitasse a prostituição ou corrupção de menores de idade ao menos mediante consentimento, ou de maiores de idade em caso de violência ou intimidação. 
A violência sexual contra crianças e adolescentes tem sem manifestado pela exploração sexual comercial (prostituição tradicional, tráfico para fins sexuais, turismo sexual e da pornografia convencional e via internet) e pelo abuso sexual. Em todo o mundo, inclusive nas Américas, pesquisas têm demonstrado que são as mulheres,- crianças e adolescentes-, os mais envolvidos, embora informações atuais indiquem a presença também de crianças do sexo masculino.
Estudos sobre o tema apontam que, além da inserção feminina, há a masculina no mercado sexual. Também foi evidenciado o aumento da inserção nessas atividades, de mulheres, crianças e adolescentes de classe média, além das classes populares. Existem variações na faixa etária de crianças e adolescentes, porém, destaca-se a idade entre 12 e 18 anos. A maioria é afro-descendente e migra internamente ou para fora do país .
Outros estudos apontam ainda que, geralmente essas mulheres, crianças e adolescentes já sofreram algum tipo de violência intra familiar (abuso sexual, estupro, sedução, negligência, abandono, maus tratos, violência física e psicológica) e extra familiar (na rua, nas escolas, nos abrigos e etc).
Dentre os crimes sexuais mais praticados contra mulheres no Brasil, destacam-se o estupro, o atentado violento ao pudor, a sedução e a mediação para lascívia.
No Brasil, o tráfico para fins sexuais é, predominantemente, de mulheres e garotas negras e morenas, com idade entre 15 e 27 anos.
O negócio da exploração sexual de meninas e meninos cresce no mundo de maneira incontrolável. Depois do comércio de drogas e de armas, é a atividade mais rentável do crime organizado. O turismo sexual, a prostituição infantil e a pornografia, são as linhas principais desta lucrativa "indústria" presente em todos os cantos do planeta.

Disque 100 - o canal nacional de denúncia da violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Prorrogadas, até 19/10, inscrições para o 8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero



As inscrições para o 8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero estão prorrogadas até o dia 19 de outubro de 2012, conforme edital publicado no Diário Oficial da União, de 14 de junho. Trata-se de uma iniciativa da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Educação (MEC) e da ONU Mulheres.
A coordenadora-geral de Educação e Cultura da SPM, Hildete Pereira, destaca que o prêmio tem como objetivo estimular e fortalecer a reflexão crítica e a produção científica em torno das desigualdades existentes entre homens e mulheres no Brasil. Ele contempla as questões de gênero, raça e etnia, classe social, geração e sexualidade.
Podem participar estudantes do ensino médio, graduação, mestrado e doutorado; e graduadas e graduados, especialistas, mestras e mestres. A premiação também é aberta a escolas públicas e privadas de ensino médio, que realizem projetos e ações pedagógicas para a promoção da igualdade entre homens e mulheres, nas suas interseções com o enfrentamento à discriminação racial, étnica e de orientação sexual.
Entre as instituições que desenvolvem projetos e ações pedagógicas voltadas à promoção da igualdade de gênero, será premiada uma escola por região. O valor do prêmio é de R$10 mil, que deverá ser aplicado na ampliação e fortalecimento de ações promotoras da igualdade de gênero.
A categoria "Estudante de Ensino Médio" têm duas etapas: a nacional e a por unidades da federação. Ao todo, serão 27 vencedores e/ou vencedoras, sendo uma pessoa por estado e Distrito Federal, que serão contemplados com computadores, impressoras e bolsas de estudo.
Já nas categorias "Estudante de Graduação", "Graduado, Especialista e Estudante de Mestrado" e "Mestre e Estudante de Doutorado" serão premiados os seis melhores artigos científicos, sendo dois selecionados em cada categoria. Nessas últimas categorias, a premiação consiste na concessão de bolsas de estudo e premiação total em dinheiro no valor de R$ 46 mil.

Mais informações no site: www.igualdadedegenero.cnpq.br
Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República - PR

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mulheres ganham força política e têm participação recorde em eleições municipais


Em mais de 45 cidades, apenas mulheres disputam as prefeitura; número de candidatas subiu 85% - Regina Ramos da Silva ficou surpresa ao descobrir que iria disputar com outra mulher a prefeitura de Joaquim Pires, cidade de 13 mil habitantes no interior do Piauí.
'Depois que anunciei minha candidatura, a oposição também escolheu uma mulher. Acho que é porque mulher na prefeitura é algo novo e o pessoal sempre se empolga com novidade', diz a candidata do PT, que concorre com Cintia Ramos da Cunha, do PMDB.
Além de Joaquim Pires, ao menos outras 45 cidades no Brasil terão eleições onde só mulheres concorrem à prefeitura - na eleição de 2008, eram 32. Esse tipo de disputa ilustra bem um novo cenário na política brasileira: a participação feminina nas eleições municipais cresceu 85% em relação à votação de 2008.
Na eleição que marca os 80 anos do voto feminino no Brasil, a participação das mulheres cresceu, de um lado, devido a uma nova lei de cotas e, de outro, por um cenário favorável que envolve a eleição de Dilma Roussef, a primeira presidente do país.
Criada em 1995, a Lei de Cotas de Gênero sofreu uma alteração em 2009 e agora obriga os partidos a ter um mínimo de 30% de mulheres em suas chapas parlamentares. Antes, a legislação obrigava as legendas a 'reservar' as vagas, enquanto agora é preciso 'preenchê-las'.
'A alteração pode parecer pequena, mas a troca do verbo significou uma mudança no sentido de forçar os partidos a dar maiores oportunidades para as mulheres', afirma o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, professor de Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE.
'O ideal seria a paridade de gênero, mas diante do baixo número de candidatas, a mudança já representa um avanço, mesmo que limitado. O resultado já pode ser visto nos números de candidaturas.'
Novo cenário
Além da lei de cotas, uma nova realidade do país também vem contribuindo para a ascensão das mulheres na política.
A eleição de Dilma e o fato da então candidata Marina Silva (PV) ter obtido quase 20% dos votos no primeiro turno impulsionaram esse novo cenário.
'Depois que a Dilma foi eleita, as mulheres se encorajaram mais e a sociedade passou a nos enxergar com outros olhos', afirma Jalmira Maria Silva Ghanem (PT). Ela é candidata à prefeitura de Montividiu (GO), onde suas duas concorrentes também são mulheres.
O cientista político Milton Lahuerta, que é coordenador do Laboratório de Política e governo da Unesp, acredita, porém, que esse é um processo mais profundo, que começa bem antes da eleição de Dilma.
'A afirmação da mulher no Brasil, que começou com a revolução cultural dos anos 70, já ocorre em áreas como o mercado de trabalho, com grandes empresas sendo chefiadas por mulheres, e agora finalmente chega à política.'

Apesar do avanço, a participação feminina na política ainda é tímida se comparada a outros países mundo afora.
O demógrafo José Eustáquio lembra que o Brasil ocupa um dos últimos lugares em um ranking de paridade de gênero, compilado pela Inter-Parliamentary Union, uma organização que reúne representantes de parlamentos em todo o mundo e que ocupa o cargo de observador permanente da ONU.
Com 52% do eleitorado formado por mulheres, o Brasil possui apenas 9% de deputadas federais, um média bem inferior ao percentual mundial (20,3%). No topo do ranking organizado pela organização estão Ruanda em primeiro lugar, com 56,3% (único país com maioria feminina na política), seguindo de Andorra (50%), Cuba (45,2%) e Suécia (44,7%).
No final da lista, junto com o Brasil (120º) estão países como Panamá (121º), Benin (122º) e Gana (123º). Arábia Saudita e Catar estão na última posição (144º).
No senado, são apenas 10 mulheres entra 81 membros, ou seja, 12% - contra, por exemplo, 38% na Argentina. Entre os vereadores, após a eleição de 2008, o total de mulheres chegou a 12,5% e entre os prefeitos, apenas 10%.

Fonte: BBC Brasil 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ministra Eleonora debate, nesta 4ª feira, “80 anos do voto feminino no Brasil” em seminário no RJ


Encontro terá a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Dentre os assuntos a serem destacados pela ministra Eleonora, está a campanha “Mais Mulheres no Poder: Eu assumo este compromisso”, desenvolvida pelo Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos e Conselho Nacional dos Direitos da Mulher com o apoio da SPM.
A participação das mulheres na política brasileira e a luta feminista por espaços de poder e decisão serão destacadas pela ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), nesta quarta-feira (12/09), no Rio de Janeiro. Ela participará do seminário "80 anos do voto feminino", promovido pela SPM e pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Casa Rui Barbosa.

Ao lado da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e do presidente da Fundação Casa Rui Barbosa, Wanderley Guilherme dos Santos, a ministra Eleonora vai apresentar a campanha “Mais Mulheres no Poder: Eu assumo este compromisso” http://www.sepm.gov.br/publicacoes-teste/publicacoes/2012/mais-mulheres-no-poder-2012, iniciativa do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, com apoio da SPM. Para as eleições deste ano, a campanha produziu nova plataforma política voltada a homens e mulheres candidatas, a fim de incentivar a adesão deles às políticas para as mulheres.
“Pela primeira vez, temos o cumprimento de mais de 30% de mulheres nas candidaturas às câmaras municipais. Sem dúvida, esse é um passo importante no sentido de fazer valer a democracia”, aponta a ministra Eleonora. No entanto, ela ressalta que é preciso avançar na incorporação das questões de gênero, raça e etnia nas propostas de candidaturas. “É fundamental que as candidaturas levem em conta a diversidade brasileira e se coloquem a serviço dos direitos da sociedade, a exemplo das mulheres que são metade da população brasileira e mães da outra metade“, frisa a ministra das Mulheres.
Mais de 420 mil candidatos vão disputar, neste ano, as vagas para vereança nos 5.563 municípios brasileiros. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de candidaturas femininas superou o mínimo de 30% que a legislação exige dos partidos para compor suas chapas. Dos 190 candidatos a prefeito nas 26 capitais brasileiras registrados no TSE, apenas 28 (15%) são mulheres.
Para a ministra Eleonora, a eleição da primeira mulher na Presidência da República, Dilma Rousseff, em 2010, e a exigência da ministra Carmem Lúcia para o rigoroso preenchimento da participação obrigatória de 30% de mulheres nas candidaturas são elementos que explicam o crescimento das candidaturas femininas.
“A eleição da primeira mulher como presidenta do país é um avanço do ponto de vista real e simbólico, que possui muita força e impacto positivo na vida diária de homens, mulheres e crianças brasileiras. A exigência da Lei de Cotas Eleitorais para o cumprimento da lista de candidatos e candidatas também trouxe resultados e mudanças importantes para a população, pois as mulheres, em cada canto deste país, passaram a ser reconhecidas como líderes e opção política”, avalia Menicucci.
O seminário terá a participação de pesquisadores e pesquisadoras das universidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de ativistas feministas. As inscrições serão feitas no dia do evento e serão concedidos certificados sob demanda. O evento tem participação gratuita.
Ao longo do encontro, estarão em evidência os seguintes temas: história do direito de voto das mulheres no Brasil, avanços e desafios das mulheres na política, sufragistas e suas estratégias para a conquista do voto feminino no Brasil e trajetória feminista de Bertha Lutz.

Seminário “80 anos do voto feminino”
Data: 12 de setembro de 2012 (quarta-feira)
Horário: a partir das 9h30 (cerimônia de abertura)
Local: Fundação Casa Rui Barbosa (Rua São Clemente - Nº 134, Sala de Cursos - Botafogo) - Rio de Janeiro/RJ

Programação do seminário “80 anos do voto feminino”

9h30 - Cerimônia de abertura
Ministra da Cultura - Ana de Hollanda
Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres - Eleonora Menicucci
Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa - Wanderley Guilherme dos Santos
10h - Mesa-redonda
“História do direito de voto das mulheres no Brasil”
Jairo Nicolau (UFRJ)
“Mulher e política: avanços e desafios”
Lúcia Avelar (CESOP/Unicamp)
14h - Mesa-redonda
“As sufragistas e suas estratégias para a conquista do voto feminino no Brasil”
Schuma Schumaher (Coordenadora executiva da REDEH) "Ciências e políticas na trajetória feminista de Bertha Lutz" Maria Margaret Lopes (Mast)

Fonte:
Assessoria de Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR
www.spm.gov.br

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

II Sensibilização Feminina pelo fim da violência doméstica, racial e de gênero.



O CRM esteve presente ontem, dia 06 de setembro, na II Sensibilização Feminina pelo fim da violência doméstica, racial e de gênero realizado pela NUDESC no bairro Mutirão.
O evento começou às 10 horas da manhã e se estendeu até a tarde, com almoço e sorteio de brindes para as mulheres ali presentes. 

Paulo Pitanga, idealizador do evento, já está a frente da NUDESC há mais de dez anos e é o grande responsável pela mobilização de homens e mulheres para trabalhar assuntos relacionados à violência. 
Em seu segundo ano, a sensibilização teve o intuito de reunir as mulheres do bairro para falar sobre violência doméstica, questões relacionadas à saúde da mulher, prevenção e combate à violência.
O CRM proferiu palestra sobre o tema, orientando e alertando as mulheres, divulgando o disque 180 e apresentando os serviços gratuitamente oferecidos pelo Centro.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

SPM atua no apoio ao poder público da Bahia em caso de estupros de jovens durante micareta



“Estupro é todo o ato sexual sem consentimento da vítima. É inaceitável que a palavra das mulheres seja posta em descrédito”, afirma a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM, Aparecida Gonçalves.

Os estupros cometidos por integrantes de banda de música da Bahia, em Ruy Barbosa, contra duas jovens de 16 anos levaram a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) a apoiar o poder público local na investigação dos crimes. Trata-se de um caso emblemático de violência sexual, a exemplo do que ocorreu, em fevereiro passado, em Queimadas (PB). 

Em sucessivos contatos com a secretária das Mulheres da Bahia, Vera Lúcia Barbosa, a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM-PR, Aparecida Gonçalves, reiterou o apoio do governo federal nas investigações do caso, em especial na segurança das jovens ameaçadas de morte. “Estupro é todo o ato sexual sem consentimento da vítima. É inaceitável que a palavra das mulheres seja posta em descrédito, como chegou a acontecer após a divulgação dos boletins de ocorrência. Quando isso acontece, trata-se de novas práticas de violências contra as mulheres”, afirma a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM, Aparecida Gonçalves. 

Nesta segunda-feira (03/09), o laudo pericial divulgado pela Polícia Civil de Ruy Barbosa comprovou as informações prestadas pelas jovens e a caracterização do crime de estupro, que teria sido cometido por nove músicos e um policial durante uma micareta no interior da Bahia. 

A secretária nacional aponta a importância da mobilização dos poderes públicos para o enfrentamento à violência contra as mulheres na Bahia. “Não podemos deixar que casos como esse fiquem impunes. É preciso agir com rigor e responsabilizar os agressores. Somente com uma rede de atendimento à mulher em situação de violência forte e a correta punição dos agressores, poderemos reduzir os altos índices de violência sexual”, salienta a secretária da SPM-PR. 

Aparecida sugeriu o envio de equipe da SPM estadual e do Ministério Público ao município de Ruy Barbosa, a fim de verificar as condições necessárias para garantir a integridade física e psicológica das jovens. 

Em entrevistas concedidas a emissoras de rádio e jornal da Bahia, realizadas no sábado (01/09) e nesta segunda-feira (03/09), a secretária da SPM destacou o suporte do poder público dado ao caso, sobretudo o prestado pela Secretaria das Mulheres da Bahia. “Os serviços públicos e a rede de atendimento à mulher em situação de violência têm utilizado o aparato necessário, como delegacia, conselho tutelar, juizado e ministério público”, avalia Aparecida Gonçalves. 

Redes sociais - Com repercussão nacional, o caso vem sendo amplamente divulgado por lideranças e grupos feministas e de mulheres. Por exemplo, em página criada no facebook, mulheres e homens estão se posicionando em ação de repúdio aos músicos da banda. Integrantes da Marcha das Vadias do Distrito Federal também manifestaram indignação, em mensagem enviada à SPM, e com exigência de rigorosa punição dos agressores. “É crucial que a sociedade se manifeste e a opinião pública exija o fim da impunidade dos casos de violência contra as mulheres. Não é possível que a sociedade brasileira conviva com mulheres sendo vítimas de violência todos os dias”, salienta a secretária Aparecida Gonçalves. 

O caso de estupros das jovens provocou um recorde de envio de denúncias para a Ouvidoria da Mulher, da SPM. São mais de 300 registros - até então a média havia sido de 50 denúncias sobre um mesmo caso.

Assessoria de Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR
www.spm.gov.br

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SPM reforça terceira rodada de encontros sobre o Pacto de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres





Dia 31/08 foi realizado em Salvador um Encontro de dirigentes e técnicas de Centros de Referência e Núcleos de Atendimento a Mulheres em Situação de Violência, que visa apresentar e discutir o Pacto Estadual pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

A coordenadora do CRM esteve presente e participou dos debates que abordaram os seguintes temas: “Os avanços e desafios nos serviços especializados (Centros de Referência e Núcleos de Atendimento a Mulheres em situação de Violência)”, “Os desafios para a implementação e consolidação das Redes Municipais de Atenção às Mulheres” e “A Política de Abrigamento do Estado da Bahia”.




Alinhada à estratégia do governo federal de aumentar a quantidade dos serviços especializados nos municípios, a Bahia intensifica mobilização da rede com investimentos em centros de referência. 

Mais nove Centros de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) foram anunciados pela secretária estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Vera Lúcia Barbosa, nesta sexta-feira (31/08), durante a terceira etapa do ciclo de encontros para discutir o novo Pacto de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O evento teve a presença de Luciana Santos, assessora técnica da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e reuniu, em Salvador, representantes de serviços especializados de todo o estado. Já existem 19 CRAMs na Bahia e o investimento de R$ 2,5 milhões nas novas unidades será realizado até o final de 2013.


Os equipamentos têm o objetivo de acolher mulheres como a dona de casa M.A.J., 42 anos, que denunciou, na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), no Engenho Velho de Brotas, os mais de dez anos de violência que vem sofrendo. “Eu não estou aguentando mais. Quero que ele seja punido e que sejam tomadas as devidas providências. Todas as vezes que eu me separei, tive que voltar por medo de morrer, porque ele me persegue”. 

A delegada titular da Deam, Heleneci Nascimento, afirmou que “a delegacia tem sido dotada de delegados, policiais e plantões extras, para que casos como o de M. sejam imediatamente resolvidos”. Segundo ela, a unidade recebe até 60 mulheres por dia. “As audiências estão sendo marcadas rapidamente e as situações mais graves, como esta, são imediatamente resolvidas”. 

Heleneci explicou que há alguns anos a mulher era encaminhada para um juizado especial, onde eram aplicadas penas alternativas, como pagamento de multas e cestas básicas. “Com a Lei Maria da Penha, esta pena alternativa não existe mais, é prisão mesmo. Há agora a pena por lesões corporais, que não depende mais da representação da vítima. Qualquer pessoa pode denunciar e a autoridade policial já toma as providências”.


De acordo com o Mapa da Violência divulgado em 2012, que apresenta dados relativos ao ano de 2010, a Bahia ocupa o 6º lugar em assassinato de mulheres. “Fazer a nossa repactuação, já que a primeira adesão foi em 2008, é uma sinalização do Governo do Bahia para o governo federal, de que nós queremos continuar fazendo este enfrentamento à violência contra as mulheres”, enfatizou Vera Lúcia Barbosa. De acordo com ela, o próximo passo será reunir os conselhos municipais para, até o final do ano, fazer a repactuação. 

De 2007 até agora, o número de centros de Referência de Atendimento à Mulher subiu, na Bahia, de dois para 19. Vera Lúcia Barbosa informou que são órgãos onde a mulher deve reportar todo tipo de violência que sofreu. “A partir daí, ela tem diversos atendimentos e já sai com encaminhamento, seja para a Deam, defensoria, Ministério Público. 

O centro é fundamental, a primeira porta que a mulher precisa bater”. Os equipamentos serão implantados nos municípios de Ihéus, Jacobina, Santa Maria da Vitória, Camacã, Itaberaba, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Barreiras e Itabuna. 

Coordenadora do Centro de Referência Loreta Valadares, o primeiro da Bahia especializado no atendimento à mulher, Lídia Lasserre disse que os equipamentos possuem uma equipe especializada de assistentes sociais, psicólogos e orientação jurídica. “Isso faz toda uma diferença no momento em que a mulher precisa tomar a decisão de registrar uma ocorrência, de publicizar a violência que sofreu”. Segundo ela, o centro Loreta Valadares recebe de 25 a 30 novos registros de primeiro atendimento por mês, fora o acompanhamento das mulheres que já vêm sendo atendidas. 



Comunicação Social 
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM 
Presidência da República – PR