sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Co-Dependência: Amor ou Maldição?‏

A entrega incondicional na relação amorosa desde há muito que se tornou um arquétipo universal, cantado pelos poetas, empolado nos romances e ilustrado no cinema ou no teatro em cenas dramáticas que comove a todos nós, tal é o nosso desejo de sermos assolados por um  sentimento amoroso tão avassalador. Na realidade, a entrega sem limites ao outro tem consequências nefastas para o próprio e revela diversas fragilidades justificadas pela intensidade do sentimento amoroso.Gradualmente a pessoa anula-se na relação para poder servir os interesses da pessoa amada, funde-se com ela chegando mesmo a perder a sua própria identidade, enquanto reclama não sentir da outra parte o mesmo empenho e devoção. A organização da vida de alguém em torno da pessoa amada ao ponto de tornar inconcebível a sua existência sem o outro é uma forma de dependência semelhante à dependência de drogas ou álcool, cujo carácter destrutivo requer tratamento e prevenção. Desde o final dos anos 70 que surgiu no meio da psicoterapia o conceito de co-dependência inicialmente usado para descrever as pessoas cuja vida era afetada por alguém dependente de drogas ou álcool. Este conceito teve origem nos Alcoólicos Anónimos que organizaram grupos de auto-ajuda para apoiar os cônjuges de pessoas dependentes do álcool, os Al-Anon. Estas pessoas eram caracterizadas por procurarem relações com pessoas dependentes de substâncias na medida que estas suscitariam comportamentos co-dependentes. Estes comportamentos incluíam uma enorme reatividade, necessidade permanente de controle do outro, baixa auto-estima e esvaziamento emocional da pessoa co-dependente. Este conceito rapidamente se alargou a  pessoas que estabelecem relações em que ficam obsessivas em controlar o comportamento do outro, esquecendo-se de si próprias e do que as terá levado a agir desta forma. As pessoas co-dependentes sentem-se incompletas sem o parceiro(a). Têm pouco amor-próprio, são muito auto-críticas e sentem-se magoadas facilmente. Por estas razões os co-dependentes são muito reativos às atitudes e comportamentos do outro, têm dificuldades em expressar certo tipo de sentimentos em que julgam ficar demasiado expostos ou vulneráveis. Por consequência, estas pessoas têm dificuldade em pedir ajuda, em reconhecer os seus erros e olhar para as suas feridas. Tudo porque têm medo de perder o controle. O controle sobre si próprias que é assim assegurado através do controle do outro. Os co-dependentes tentam reforçar a sua auto-estima ajudando os outros a resolver os seus problemas, nem que para isso tenham de comprometer a sua integridade e os seus valores. Os co-dependentes têm dificuldade em dizer não, têm relações sexuais sem vontade, despendem demasiado tempo a dizer que tudo vai bem. Numa fase inicial, os co-dependentes dedicam-se a tentar “salvar o outro”, zelando quase religiosamente pelos seus interesses, tomando para si a responsabilidade das suas ações, pensando por eles, sofrendo as consequências do seu comportamento. Posteriormente, os co-dependentes zangam-se com os outros pela falta de gratidão e reconhecimento, chegando ao ponto de sentir uma raiva incontrolável sobre os outros e sobre si próprios. Este ciclo deixa a pessoa co-dependente ainda mais frágil porque deu tudo e afinal não mudou nada. Na verdade, a pessoa co-dependente ajuda o outro a perpetuar os seus problemas e a desresponsabilizar-se dos seus atos. Quando estas relações atingem um ponto de  ruptura, a pessoa co-dependente tende a procurar outra pessoa problemática para dar início a um novo ciclo. 
A recuperação da co-dependência inicia-se pela tomada de consciência de que a pessoa precisa de centrar-se em si mesma, desprendendo-se da adição ao outro, procurando ajuda para identificar as suas vulnerabilidades e os vazios que tenta preencher através da dedicação aos outros. Quando as pessoas começam a gostar de si mesmas, a cuidar das suas feridas e a sará-las, quando aprendem a expressar os seus sentimentos e necessidades de forma adequada, as pessoas ganham noção dos seus limites e ganham perspectiva sobre si próprias.
Quando as pessoas gostam de si mesmas vão tender a procurar pessoas que as valorizem e respeitem pelo o que elas são. O ciclo da co-dependência pode ser interrompido e desfeito quando a pessoa co-dependente compreende que a resolução do seu problema reside em si próprio. Reside em tomar responsabilidade por si, tomar conta da sua vida e assim ficar disponível para poder verdadeiramente amar.
Sugestão de leituras sobre este tema:
“Vencer a Co-Dependência – Como Deixar de Controlar os Outros e Cuidar de Si”, Melody Beattie, Sinais de Fogo, “Mulheres que Amam Demais”, Robin Norwood, Sinais de Fogo  

Por Rui Ferreira Nunes | Janeiro 21, 2009

Matéria cedida gentilmente por Sandra Virgínia P. Evangelista

Secretaria de Políticas para Mulheres considera campanha com Gisele Bundchen sexista e pede sua suspensão

Propaganda reforça estereótipo da mulher como objeto sexual, diz secretaria; para Hope, filmes mostram cotidiano bem humorado dos casais
A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), da Presidência da República, pediu a suspensão da campanha "Hope ensina", estrelada pela modelo Gisele Bündchen. Na campanha, as situações apontadas como corretas são as que a modelo aparece vestindo apenas calcinha e sutiã.
"'Hope ensina' é a campanha da empresa que 'ensina' como a sensualidade pode deixar qualquer homem 'derretido'. Nela, a modelo Gisele Bundchen estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu 'charme' (exposição do corpo e insinuações) para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano", informou a secretaria em comunicado.
Para a secretaria, "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas. Também apresenta conteúdo discriminatório contra a mulher, infringindo os arts. 1° e 5° da Constituição Federal."
Segundo a secretaria, ainda, desde que foi ao ar, dia 20, a ouvidoria da SPM, recebeu reclamações a respeito da propaganda e enviou ofícios ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), pedindo a suspensão da propaganda e outro, ao diretor na Hope Lingerie, Sylvio Korytowski, manifestando repúdio à campanha.
Em nota oficial, a Hope diz que "a propaganda teve o objetivo claro e bem definido de mostrar, de forma bem-humorada, que a sensualidade natural da mulher brasileira, reconhecida mundialmente, pode ser uma arma eficaz no momento de dar uma má notícia. E que utilizando uma lingerie Hope seu poder de convencimento será ainda maior."
"Foi exatamente para evitar que fôssemos analisados sob o viés da subserviência ou dependência financeira da mulher que utilizamos a modelo Gisele Bundchen, uma das brasileiras mais bem sucedidas internacionalmente. Gisele está ali para evidenciar que todas as situações apresentadas na campanha são brincadeiras, piadas do dia-a-dia, e em hipótese alguma devem ser tomadas como depreciativas da figura feminina. Seria absurdo se nós, que vivemos da preferência das mulheres, tomássemos qualquer atitude que desvalorizasse nosso público consumidor", informou a nota, assinada pela diretora Sandra Chayo.

"No caso Gisele, a censurada fui eu", diz ministra Iriny Lopes

Em entrevista ao iG, Iriny se defende de polêmica e também conta como deu ao marido a noticia de que havia batido seu carro.
Nesta quinta-feira, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) vai avaliar se tira ou não do ar a propaganda da Hope com a modelo Gisele Bündchen. Autora da polêmica representação contra a peça de publicidade, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, rejeitou o título de censora e disse ao iG que, nesse episódio, a verdadeira censurada foi ela.
De acordo com a ministra, a polêmica em torno do tema foi desproporcional, e ela só utilizou uma ferramenta do “Estado democrático de Direito” para que o Conar julgue se a propaganda colocava ou não a mulher numa posição de subalternidade.

“O mérito do debate não foi feito. As pessoas podem concordar ou discordar da nossa opinião (...) ao invés disso optaram por um viés de discussão se é ou não censura. Eu, na verdade, me senti censurada”, disse.
Fazendo referência à propaganda de Gisele, na qual a modelo usa só calcinha e sutiã para dar notícias ruins ao marido, a ministra disse que já bateu o carro de seu companheiro e ensinou o jeito “correto” de se dar esse tipo de notícia.
A ministra também defendeu uma menor erotização da mulher nas propagandas brasileiras, mas garantiu que sua reação à campanha da Hope nada tem a ver com a beleza de Gisele Bündchen. “Isso não é argumento (...) poderia ser qualquer modelo”.

Conar decide arquivar processo contra Hope

Estereótipos presentes na campanha com Gisele Bündchen não desmerecem a condição feminina, diz órgão
Em reunião realizada nesta quinta-feira, o relator do caso considerou que “os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina”. A Hope, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que a decisão foi 100% favorável à empresa.
A autora da representação contra a peça publicitária, criada pela Giovanni+DraftFCB, foi a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes. Em entrevista exclusiva ao iG, a ministra disse que a polêmica em torno do tema foi desproporcional.
A Secretaria pediu a suspensão da campanha, por considerá-la sexista. Em nota, a Secretaria afirmou que não vai recorrer da decisão e que o fato de o caso ter sido analisado pelo Conselho de Ética do órgão representa “importante avanço”. “O Conselho de Ética do Conar opera com o princípio da admissibilidade. Assim, ao levar a representação a julgamento admitiu a importância do debate”, diz o texto.
“Um dos papéis da SPM, estabelecido no Capítulo 8 do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, é justamente o combate aos estereótipos”, diz a secretaria. Na propaganda, Gisele usa só calcinha e sutiã para dar notícias ruins ao marido.

Matéria cedida gentilmentepor Sandra Virgínea (Advogada CRM)

sábado, 8 de outubro de 2011

AGRADECIMENTOS





Agradecimento

 A Rede de Aten ção à Mulher agradece e parabeniza a participação das instituições na  2ª Conferência Municipal de Políticas para  as Mulheres, ao tempo que as convida para, junt@s, promoverem a equidade entre os sexos e a autonomia das mulheres, eliminando as disparidades entre  todos os níveis de ascensão e poder.
                                                                                         
   Saudações feministas!
                                                           
 Senhor do Bonfim, 07 de Outubro de 2011

  • FORAM 270 PESSOA PRESENTES
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  •  E MUITA DISCUSSÃO
Por: Maria José