quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Brasil melhora posição em ranking sobre desigualdade de gênero


O Brasil ganhou 20 posições em um ranking global sobre desigualdade de gênero, em decorrência dos avanços obtidos na educação para mulheres e no aumento da participação feminina em cargos políticos. Segundo o ranking anual elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), o Brasil subiu da 82ª para a 62ª posição entre 135 países pesquisados. Em consonância à iniciativa brasileira, a Fundação Oswaldo Cruz estabeleceu o tema como uma de suas prioridades para o triênio 2009-2013, com a criação do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, vinculado à Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional, que assessora a Presidência da Fundação a fim de promover, como o próprio nome sugere, a igualdade de gênero e raça.
O Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça é uma iniciativa do governo federal, que, por meio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República e do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, reafirma os compromissos de promoção da igualdade entre mulheres e homens, inscrita na Constituição Federal de 1988. O programa conta também com a parceria do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na Fiocruz, o Programa é coordenado pela pesquisadora Elizabeth Fleury.
A lista é liderada pela Islândia pelo quarto ano consecutivo, seguida pela Finlândia, Noruega, Suécia e Irlanda. No lado oposto do ranking, o Iêmen é considerado o país com a pior desigualdade de gênero do mundo. O Paquistão, o Chade, a Síria e a Arábia Saudita completam a lista dos cinco mais mal colocados.
Na América Latina e no Caribe, a Nicarágua é o país com a menor desigualdade de gêneros, na nona posição no ranking global, seguida de Cuba, Barbados, Costa Rica e Bolívia. O Brasil está em 14º lugar entre os 26 países da região pesquisados.
A Nicarágua também é o país que registrou o maior avanço na eliminação da desigualdade entre os gêneros nos últimos seis anos, pulando do 62º posto em 2006 (entre 115 países pesquisados naquele ano) para a 9ª posição neste ano, com uma melhora de 17,3% na pontuação geral. A Bolívia é o segundo país com o maior avanço, com uma melhora de 14% na pontuação, passando da 87ª para a 30ª posição no ranking.
Na relação dos países considerados desenvolvidos, a Coreia do Sul é o que tem a maior diferença entre gêneros, ocupando o 108º lugar no ranking. O Japão aparece em posição próxima, no 101º lugar.
Brasil – O avanço do Brasil no ranking tem "duas razões-chave", de acordo com a diretora de Paridade de Gênero e Capital Humano da organização, a paquistanesa Saadia Zahidi: aumentou de 7% para 27% a proporção de mulheres ministras e, "é claro, a presidente Dilma Rousseff estava no poder neste último ano, o que também tem impacto no índice".
Outro fator é que o país, "de fato, acabou com a diferença de gênero tanto em saúde como em educação" ao longo dos últimos anos, dividindo agora o primeiro lugar com diversos outros países, em ambas as áreas.
O Brasil recebeu a pontuação máxima nos itens relativos à educação e saúde, mas tem uma avaliação pior em participação econômica (na qual está em 73º entre os países avaliados) e participação política (na 72ª posição).
Zahidi destaca que, de modo geral, "o mundo está indo bem" na paridade de gênero em saúde em educação, mas nem tanto em empoderamento político e participação econômica, "áreas em que nem os países nórdicos acabaram com a diferença".
Para elaborar o ranking, o WEF estabelece uma pontuação baseada em quatro critérios: participação econômica e oportunidade, acesso à educação, saúde e sobrevivência e participação política.


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