O Brasil ganhou 20 posições em um
ranking global sobre desigualdade de gênero, em decorrência dos avanços obtidos
na educação para mulheres e no aumento da participação feminina em cargos
políticos. Segundo o ranking anual elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF,
na sigla em inglês), o Brasil subiu da 82ª para a 62ª posição entre 135 países
pesquisados. Em consonância à iniciativa brasileira, a Fundação Oswaldo Cruz
estabeleceu o tema como uma de suas prioridades para o triênio 2009-2013, com a criação do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, vinculado à
Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional, que assessora a
Presidência da Fundação a fim de promover, como o próprio nome sugere, a
igualdade de gênero e raça.
O Programa Pró-Equidade de Gênero
e Raça é uma iniciativa do governo federal, que, por meio da Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República e do
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, reafirma os compromissos de
promoção da igualdade entre mulheres e homens, inscrita na Constituição Federal
de 1988. O programa conta também com a parceria do Fundo de Desenvolvimento das
Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e da Organização Internacional do Trabalho
(OIT). Na Fiocruz, o Programa é coordenado pela pesquisadora Elizabeth Fleury.
A lista é liderada pela Islândia
pelo quarto ano consecutivo, seguida pela Finlândia, Noruega, Suécia e Irlanda.
No lado oposto do ranking, o Iêmen é considerado o país com a pior desigualdade
de gênero do mundo. O Paquistão, o Chade, a Síria e a Arábia Saudita completam
a lista dos cinco mais mal colocados.
Na América Latina e no Caribe, a
Nicarágua é o país com a menor desigualdade de gêneros, na nona posição no
ranking global, seguida de Cuba, Barbados, Costa Rica e Bolívia. O Brasil está
em 14º lugar entre os 26 países da região pesquisados.
A Nicarágua também é o país que
registrou o maior avanço na eliminação da desigualdade entre os gêneros nos
últimos seis anos, pulando do 62º posto em 2006 (entre 115 países pesquisados
naquele ano) para a 9ª posição neste ano, com uma melhora de 17,3% na pontuação
geral. A Bolívia é o segundo país com o maior avanço, com uma melhora de 14% na
pontuação, passando da 87ª para a 30ª posição no ranking.
Na relação dos países
considerados desenvolvidos, a Coreia do Sul é o que tem a maior diferença entre
gêneros, ocupando o 108º lugar no ranking. O Japão aparece em posição próxima,
no 101º lugar.
Brasil – O avanço do Brasil
no ranking tem "duas razões-chave", de acordo com a diretora de
Paridade de Gênero e Capital Humano da organização, a paquistanesa Saadia
Zahidi: aumentou de 7% para 27% a proporção de mulheres ministras e, "é
claro, a presidente Dilma Rousseff estava no poder neste último ano, o que
também tem impacto no índice".
Outro fator é que o país,
"de fato, acabou com a diferença de gênero tanto em saúde como em
educação" ao longo dos últimos anos, dividindo agora o primeiro lugar com
diversos outros países, em ambas as áreas.
O Brasil recebeu a pontuação
máxima nos itens relativos à educação e saúde, mas tem uma avaliação pior em
participação econômica (na qual está em 73º entre os países avaliados) e
participação política (na 72ª posição).
Zahidi destaca que, de modo
geral, "o mundo está indo bem" na paridade de gênero em saúde em
educação, mas nem tanto em empoderamento político e participação econômica,
"áreas em que nem os países nórdicos acabaram com a diferença".
Para elaborar o ranking, o WEF
estabelece uma pontuação baseada em quatro critérios: participação econômica e
oportunidade, acesso à educação, saúde e sobrevivência e participação política.
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